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19 de Abril de 2024

Motoristas profissionais poderão levar até 40 pontos de multas até perder CNH

Regra que beneficia todos os motoristas profissionais é nova alteração do relator do projeto que muda código de trânsito; como motoristas de caminhão, ônibus, táxis, carros de aplicativo e motoboys.

Publicado por Hugo Moura ⚖
há 4 anos

O projeto de lei que pretende alterar as regras de trânsito no país ganhou novas modificações nesta semana e passou a prever critérios mais flexíveis para a suspensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), no caso de condutores que usam seus veículos para atividade remunerada, como motoristas de caminhão, ônibus, táxis, carros de aplicativo e motoboys.

Pela proposta, a suspensão do direito de dirigir acontecerá agora quando o motorista profissional acumular 40 pontos de multas em um ano. A quantidade é maior que os 20 pontos necessários atualmente para a suspensão da CNH, que vale por até 12 meses e exige curso de reciclagem.

As mudanças acontecem dentro do projeto apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro no ano passado com a promessa de facilitar a vida dos motoristas, com medidas como a ampliação da validade da CNH de 5 para 10 anos. O texto foi criticado por especialistas em segurança no trânsito por suavizar regras e punições, caso da extinção da multa pelo não uso da cadeirinha para crianças.

Uma das principais bandeiras foi aumentar de 20 para 40 a quantidade de pontos necessárias para a suspensão da CNH, o que valeria para todos os motoristas. Na Câmara, porém, esse e outros pontos foram alterados.

O relator na comissão especial que analisa o texto, o deputado Juscelino Filho (DEM-MA), criou uma escala de pontuação que mantém o limite de 20 pontos para o motorista que recebe duas ou mais multas gravíssimas. É o tipo de infração que rende 7 pontos na CNH, como dirigir com a habilitação vencida, por exemplo.

As modificações provocaram queixas de Bolsonaro em dezembro. Ele pediu que a alma do projeto fosse mantida pelo Congresso e prometeu vetos.

Nesta semana, o deputado Juscelino Filho apresentou um novo texto mantendo as alterações propostas, mas incluindo a flexibilização para os motoristas profissionais.

Nessa categoria estão motoristas que já têm CNH nas categorias D e E, que atuam com ônibus e carretas por exemplo. Já os que dirigem motos (categoria A) e automóveis (B) precisam declarar que trabalham ao volante ao tirar ou renovar a CNH. Dessa forma, ao receber o documento, há uma identificação que os habilita a exercer a função.

A busca por essa identificação explodiu no Brasil nos últimos anos com o aumento de pessoas trabalhando como motoristas de aplicativos. Além disso, é exigência das principais empresas para admitir motoristas entre seus colaboradores.

“Mais expostos”

Segundo o deputado Juscelino Filho, a flexibilização foi fruto de conversas com representantes de várias categorias. “O limite de 40 pontos para suspensão da CNH dos motoristas profissionais é uma demanda justa, visto que eles passam horas ao volante para sustentar suas famílias e, por isso mesmo, estão mais expostos às infrações e à indústria da multa”, disse o deputado.

Ele avalia que a mudança não vai contra a premissa de “proteção à vida”, e que o mecanismo deve contribuir para a regularização dos condutores.

Leia mais: Mortes de crianças caíram 8% após lei da cadeirinha; multa pode acabar

O novo substitutivo do deputado mantém alterações no projeto de Bolsonaro como a manutenção da multa pelo não uso da cadeirinha. Veja abaixo alguns dos principais pontos:

Renovação

A proposta de Bolsonaro foi aumentar o tempo de renovação, hoje de 5 anos, para 10 anos no caso de pessoas com menos de 65 anos. Após essa idade, o tempo seria de 5 anos.

Já a proposta do relator é que a CNH tenha validade de 10 anos para condutores com idades entre 18 e 40 anos; 5 anos para condutores entre 40 e 70 anos; e 3 anos para os mais velhos.

Documentos atuais

Projeto do deputado altera o da Presidência e determina que os prazos de vencimento das atuais CNHs sigam inalterados, em vez de serem prorrogados automaticamente.

Cadeirinha

Proposta do relator derruba sugestão do projeto de Bolsonaro de substituir a multa em caso de transporte irregular de crianças por advertência por escrito. A legislação prevê o uso de itens como bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação, dependendo da idade da criança.

Luz baixa em estradas

Deputado acolheu sugestão de Bolsonaro para que o uso de faróis durante o dia seja obrigatório apenas em rodovias de pista simples. O relator retirou a previsão, porém, de que só haveria multa no caso de o proprietário ser pessoa jurídica e não haver identificação do condutor.

Fim do exame toxicológico

Substitutivo derruba fim do exame toxicológico para motoristas de ônibus e caminhões na obtenção ou renovação da CNH. Extinção da obrigação era pretendida pelo governo.

Suspensão da CNH

O texto original de Bolsonaro previa a suspensão com 40 pontos ao longo de um ano, em vez dos 20 atuais. O texto do relator criou uma escala: 40 pontos se não houver infração gravíssima; 30 pontos se houver uma infração gravíssima; e 20 pontos se houver duas ou mais infrações gravíssimas. A exceção fica por conta dos motoristas profissionais, que contariam com o limite de 40 pontos independente do tipo de multa.

Outras medidas

O deputado Juscelino Filho incluiu ainda propostas de sua autoria. Entre elas estão a criação do Programa CNH Social, que prevê o custeio da obtenção da CNH para pessoas de baixa renda com recursos do Funset (Fundo Nacional de Segurança e Educação no Trânsito).

Outra sugestão é a criação de escolinhas de trânsito, por parte dos órgãos executivos de trânsito estaduais e municipais.

Fonte: Márcio Pinho, do R7

www.hugodemoura.adv.br

Hugo Moura, advogado especialista em Direito de Trânsito.

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14 Comentários

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Bom dia! A Todos. Um Presidente da República deve se abster de ações que visem incentivar o cidadão a crer que suas atitudes não serão punidas de acordo com a gravidade dos fatos, pois tentar privilegiar infratores que cometem negligência, imprudência ou imperícia no trânsito é sem dúvida um retrocesso. Embora seja um projeto a longo prazo, o que um Chefe do Executivo deveria incentivar é a Educação nas escolar como prevê o CTB nos artigos 74 ao 79. Se educarmos as nossas crianças com certeza não precisaremos punir os adultos. Altemar Barbosa, Agente de Trânsito na Cidade de Guarulhos-SP Sassá do Trânsito continuar lendo

ebaaaaaaaa. adorei .....parabens ....... continuar lendo

Entendo que uma coisa não tem a ver com a outra... O incentivo à educação no trânsito sempre deve existir, mas acredito que os profissionais do trânsito devem ter um tratamento diferenciado sim, pois perdem o sustento caso lhe seja aplicada a suspensão.. daí todo mundo vai dizer: "mas respeite as regras de trânsito".. fácil falar quando só usa o carro para ir e vir ao trabalho e para casa... Esses profissionais passam a maior parte do dia atrás do volante e estão mais sujeitos a cometer erros... Quem nunca excede o limite de velocidade e baixa quando passa por um radar que se manifeste. continuar lendo

tá com medo de perder o emprego seu Altemar ? continuar lendo

Renovação da carteira, teste psicológico, exame toxicológicos, pontos, todos os critérios são importantes. Mas enquanto continuar esta lei que permite um motorista alcoolizado cometer crimes e sair ileso, somente com pagamento de fiança, deixando famílias desamparadas sem que pague pelo crime que cometeu, todas estas normas não tem validade, permitindo no final que o indivíduo saia sem cumprir a pena merecida e o pior, sem ter consciência daquilo que fez. continuar lendo

De certa forma concordo com o bonoro. continuar lendo

Adoro quando um nobre deputado fala sobre a pseudo indústria da multa, que virou moda todo mundo falar. Vejo muito bem essa "industria" com as pessoas que conheço; as pessoas que adoram fazer as coisas no jeitinho, desrespeitam as outras, acham que só elas tem razão, entre outras atitudes vis nas suas vidas são as mais multadas enquanto as que tratam as outras com respeito, cordiais etc não tomam uma multa, conheço gente com 30 anos de carteira rodando em cidade e estrada sem nenhuma multa. O problema da multa é a atitude de quem está atrás do volante e tão atitude deveria ser combatida e não exaltada. continuar lendo